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ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES DE SUSPEITAS DE EVENTOS ADVERSOS RELACIONADOS A FÁRMACOS SUGERIDOS PARA USO NA COVID-19
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ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES DE SUSPEITAS DE EVENTOS ADVERSOS RELACIONADOS A FÁRMACOS SUGERIDOS PARA USO NA COVID-19
Introdução: A pandemia do novo Coronavírus acometeu a população mundial acarretando uma série de medidas emergenciais para controle e extermínio da doença1. Perante o exposto, medicamentos intitulados como off-label foram introduzidos na terapêutica de pacientes sem que houvesse comprovações científicas satisfatórias que assegurassem a utilização dos mesmos2. Objetivo: Analisar as notificações de suspeitas de eventos adversos aos fármacos Ivermectina e Cloroquina sugeridos para uso na Covid-19. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal com etapas descritiva-exploratória e analítica utilizando como fonte de dados os relatórios de notificações de suspeitas de eventos adversos a medicamentos pelo portal VigiMed da Agência Nacional de Vigilância sanitária (ANVISA). A coleta de dados no Portal VigiMed foi realizada em novembro de 2022 referente ao período de lançamento de notificações de suspeitas de eventos adversos compreendido entre janeiro de 2018 a dezembro de 2021. Resultados: Foi observado que, no ano de 2020, houve um aumento de notificações de possíveis efeitos adversos relacionados ao uso de Cloroquina (n=1229), enquanto, no ano de 2019, houve 139 notificações. Em 2021, observou-se uma queda de notificações relacionadas ao uso deste fármaco, pois foram registrados apenas 56 registros. No ano de 2018 e 2019 não foi registrado nenhuma notificação de suspeita de eventos adversos para o fármaco Ivermectina, enquanto que, no ano de 2020, foram encontrados 11 registros de notificação e 21 registros no ano de 2021. Verificou-se que o sexo masculino se destacou em número de acometimentos com reações adversas (57,7%; n=839) aos fármacos Cloroquina e Ivermectina sendo, 823 notificações relacionadas ao uso de Cloroquina e 16 relacionadas ao uso da Ivermectina. A faixa etária em que se teve mais notificações de suspeitas de evento adverso foi entre 18-44 anos (50,9%; n= 740). A maioria das notificações foram reportadas por outro profissional de saúde (74,9%; n= 1088). As principais notificações de suspeitas de eventos adversos decorrentes do uso da cloroquina foram cefaleia com 57,4% (n= 815), apetite diminuído 52,5% (n= 746) e náusea com 38,4% (n= 545). Já para a Ivermectina se destacou o Prurido com 15,6% (n= 5), seguido pelo Uso não descrito na bula com 12,5% (n= 4) e Cefaleia com 9,4% (n= 3). Considerações finais: Tais índices se tornam alarmantes, considerando os impactos que a automedicação traz consigo. Ainda que no momento não se possa mensurar, é fato que os reflexos de decisões tomadas de maneira empírica irão implicar diretamente na saúde pública.
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Título
ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES DE SUSPEITAS DE EVENTOS ADVERSOS RELACIONADOS A FÁRMACOS SUGERIDOS PARA USO NA COVID-19
Descrição
Introdução: A pandemia do novo Coronavírus acometeu a população mundial acarretando uma série de medidas emergenciais para controle e extermínio da doença1. Perante o exposto, medicamentos intitulados como off-label foram introduzidos na terapêutica de pacientes sem que houvesse comprovações científicas satisfatórias que assegurassem a utilização dos mesmos2. Objetivo: Analisar as notificações de suspeitas de eventos adversos aos fármacos Ivermectina e Cloroquina sugeridos para uso na Covid-19. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal com etapas descritiva-exploratória e analítica utilizando como fonte de dados os relatórios de notificações de suspeitas de eventos adversos a medicamentos pelo portal VigiMed da Agência Nacional de Vigilância sanitária (ANVISA). A coleta de dados no Portal VigiMed foi realizada em novembro de 2022 referente ao período de lançamento de notificações de suspeitas de eventos adversos compreendido entre janeiro de 2018 a dezembro de 2021. Resultados: Foi observado que, no ano de 2020, houve um aumento de notificações de possíveis efeitos adversos relacionados ao uso de Cloroquina (n=1229), enquanto, no ano de 2019, houve 139 notificações. Em 2021, observou-se uma queda de notificações relacionadas ao uso deste fármaco, pois foram registrados apenas 56 registros. No ano de 2018 e 2019 não foi registrado nenhuma notificação de suspeita de eventos adversos para o fármaco Ivermectina, enquanto que, no ano de 2020, foram encontrados 11 registros de notificação e 21 registros no ano de 2021. Verificou-se que o sexo masculino se destacou em número de acometimentos com reações adversas (57,7%; n=839) aos fármacos Cloroquina e Ivermectina sendo, 823 notificações relacionadas ao uso de Cloroquina e 16 relacionadas ao uso da Ivermectina. A faixa etária em que se teve mais notificações de suspeitas de evento adverso foi entre 18-44 anos (50,9%; n= 740). A maioria das notificações foram reportadas por outro profissional de saúde (74,9%; n= 1088). As principais notificações de suspeitas de eventos adversos decorrentes do uso da cloroquina foram cefaleia com 57,4% (n= 815), apetite diminuído 52,5% (n= 746) e náusea com 38,4% (n= 545). Já para a Ivermectina se destacou o Prurido com 15,6% (n= 5), seguido pelo Uso não descrito na bula com 12,5% (n= 4) e Cefaleia com 9,4% (n= 3). Considerações finais: Tais índices se tornam alarmantes, considerando os impactos que a automedicação traz consigo. Ainda que no momento não se possa mensurar, é fato que os reflexos de decisões tomadas de maneira empírica irão implicar diretamente na saúde pública.
Data
6 de julho de 2023
Autor
Geisiane A. de Lima | Isadora A. Ribeiro | Larissa G. Moreira
Curso
Farmácia
Cidade
Barbacena