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Análise interacional em comunidade de prática: uma abordagem sociolinguística com populações rurais da zona da mata de Minas Gerais-Brasil
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TESE GILSON SOARES TOLEDO – DOUTORADO UFF 2020
Nesta tese, apropriou-se das noções da sociolinguística interacional (SI) e da análise da conversa etnometodológica (ACe), a fim de identificar características culturais expressas a partir da linguagem de populações rurais da Zona da Mata de Minas Gerais. Trata-se de comunidades de prática (CdP), tendo em vista o forte vínculo social construído entre as pessoas desenvolvido a partir de aprendizagens regulares, além do compartilhamento de objetivos comuns reconhecidos em suas atividades cotidianas. Tais comunidades, compostas por proprietários rurais, desenvolvem atividade econômica específica de integração junto a uma grande empresa de alimentos da região e devido a esta atividade, tiveram seus espaços de sociabilidade encolhidos, mantendo características constitutivas de uma população rural mais tradicional sendo por isso observada, uma vez que é reprodutora de determinados comportamentos sociais apresentados através de pistas linguísticas e paralinguísticas. Neste contexto coube investigar: quais são os aspectos linguísticos e paralinguísticos que caracterizam os produtores integrados da Zona da Mata de Minas Gerais? Como esses aspectos podem ser identificados a partir da interação face a face? Diante do exposto o objetivo principal desta tese foi confirmar de forma teórica e empírica a preservação de certo grau de campesinidade presente na linguagem das populações rurais da Zona da Mata de Minas Gerais, materializado na comunicação face a face, utilizando como suporte os estudos propostos pela sociolinguística interacional. Nesta perspectiva, procuramos demonstrar como é possível, através da ACe e da SI, interpretar em alguns excertos de sequencialidade e de narrativas orais (estórias), o sentido do que é dito na fala-em-interação. Percebemos que a interlocução entre essas duas teorias convergem para um melhor esclarecimento sobre os estudos que envolvem a fala-em-interação e, para além da compreensão de como os interagentes falam, foi possível verificar e analisar o quê? por quê? e para quê?falam. Observamos como as pessoas são capazes de usar a linguagem através das pistas não linguísticas evidenciando o sentido daquilo que não é verbalizado, procurando, pois, privilegiar as perspectivas dos participantes nos encontros conversacionais. Desta forma, os olhares, os trejeitos, as formas de dizer e de como dizer, o sentido do que foi dito, as tomadas de turno, as pausas, os acenos, as expressões faciais, as estratégias de proteção de face dentre outras situações sociais observadas na comunicação face a face, passaram a constituir o corpus de uma pesquisa microanalítica. Optamos por analisar tais manifestações no intuito de demonstrar a relação entre língua, cultura e sociedade, por meio da observação desses usos em interações sociais.
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Nesta tese, apropriou-se das noções da sociolinguística interacional (SI) e da análise da conversa etnometodológica (ACe), a fim de identificar características culturais expressas a partir da linguagem de populações rurais da Zona da Mata de Minas Gerais. Trata-se de comunidades de prática (CdP), tendo em vista o forte vínculo social construído entre as pessoas desenvolvido a partir de aprendizagens regulares, além do compartilhamento de objetivos comuns reconhecidos em suas atividades cotidianas. Tais comunidades, compostas por proprietários rurais, desenvolvem atividade econômica específica de integração
junto a uma grande empresa de alimentos da região e devido a esta atividade, tiveram seus espaços de sociabilidade encolhidos, mantendo características constitutivas de uma população rural mais tradicional sendo por isso observada, uma vez que é reprodutora de determinados comportamentos sociais apresentados através de pistas linguísticas e paralinguísticas. Neste contexto coube investigar: quais são os aspectos linguísticos e paralinguísticos que caracterizam os produtores integrados da Zona da Mata de Minas Gerais? Como esses aspectos podem ser identificados a partir da interação face a face? Diante do exposto o objetivo principal desta tese foi confirmar de forma teórica e empírica a preservação de certo grau de campesinidade presente na linguagem das populações rurais da Zona da Mata de Minas Gerais, materializado na comunicação face a face, utilizando como suporte os estudos propostos pela sociolinguística interacional. Nesta perspectiva, procuramos demonstrar como é possível, através da ACe e da SI, interpretar em alguns excertos de sequencialidade e de narrativas orais (estórias), o sentido do que é dito na fala-em-interação. Percebemos que a interlocução entre essas duas teorias convergem para um melhor esclarecimento sobre os estudos que envolvem a fala-em-interação e, para além da compreensão de como os interagentes falam, foi possível verificar e analisar o quê? por quê? e para quê?falam. Observamos como as pessoas são capazes de usar a linguagem através das pistas não linguísticas evidenciando o sentido daquilo que não é verbalizado, procurando, pois, privilegiar as perspectivas dos participantes nos encontros conversacionais. Desta forma, os olhares, os trejeitos, as formas de dizer e de como dizer, o sentido do que foi dito, as tomadas de turno, as pausas, os acenos, as expressões faciais, as estratégias de proteção de face dentre outras situações sociais observadas na comunicação face a face, passaram a constituir o corpus de uma pesquisa microanalítica. Optamos por analisar tais manifestações no intuito de demonstrar a relação entre língua, cultura e sociedade, por meio da observação desses usos em interações sociais.
Título
Análise interacional em comunidade de prática: uma abordagem sociolinguística com populações rurais da zona da mata de Minas Gerais-Brasil
Data
30 de novembro de 2020
Autor
TOLEDO, Gilson Soares
Curso
Estudos de Linguagem
Cidade
Niterói - RJ
Educação
Educação | Estudo e ensino | Estudo e ensino > Sociolinguística