Resumo
A angústia é uma das principais características do ser humano. Viver é angustiar-se. Para a Filosofia, a angústia é um dos temas recorrentes, pois que remete o homem continuamente à sua falta, à sua incompletude. Pela angústia, o homem se situa no mundo e é ela que, de alguma forma, abre os espaços relacionais: consigo mesmo, com o mundo, com o outro e com Deus (o transcendente). Sendo assim, e por constatar o sofrimento mental que a angústia traz consigo, objetivamos, com este trabalho, fazer um percurso para melhor compreender esse sentimento. Ora, o que nos pareceu mais evidente foi o percurso filosófico. Vemos que a Filosofia – que está na base da Psicologia – percorre um caminho sistemático para a compreensão da angústia. Neste trabalho, foi justamente esse caráter que nos motivou: estudar o homem e seus processos psíquicos a partir de um de seus elementos: a angústia. Então, pela via do pensamento existencial, procuramos evidenciar o homem a partir desse prisma para que, finalmente, pudéssemos encontrar um caminho clínico que o compreenda para que seja capaz de auxiliá-lo na construção de seu projeto existencial – inalienável, não obstante as mais diversas interpelações que o querem obediente e falsamente feliz. Não se trata meramente de um trabalho com enfoque pessimista, mas de uma tentativa de abordagem que questione os modernos comportamentos capitalistas que, dentre outras funções, quer retirar do homem seu vazio existencial, marca de si mesmo, em prol da manutenção de uma sociedade de consumo.