Resumo
Introdução: A ansiedade trata-se de um estado emocional, que afeta o indivíduo de maneira negativa, devido diversos fatores, como uma rotina estressante de trabalho e do dia a dia em geral, e muitas das vezes esse sentimento é compensado através da alimentação, podendo ocasionar uma compulsão ou restrição alimentar, sendo necessário avaliar cada caso. Os alimentos consumidos em momentos de ansiedade, geralmente são alimentos ricos em açúcares, gorduras e alimentos ultraprocessados, o que pode gerar complicações futuras para esses indivíduos, como ganho de peso excessivo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares, por exemplo. Objetivo: Avaliar e relacionar os efeitos da ansiedade no consumo alimentar e no estado nutricional de profissionais da área da saúde de um hospital de um município do interior de Minas Gerais. Métodos: Trata-se de uma pesquisa transversal, com aplicação de três questionários, sendo eles: Questionário sociodemográfico, pessoal e clínico; Questionário para avaliar o consumo alimentar; e inventário de ansiedade de Beck, sendo os dois primeiros elaborados pelos próprios pesquisadores. Os dados coletados foram analisados pelo software SPSS® versão 20.0. Resultados: Diante dos resultados obtidos, observou-se uma elevada frequência de excesso de peso corporal. Entre os entrevistados que apresentaram alteração de peso corporal nos últimos meses, quase 70% referem essa alteração de peso à presença ansiedade. A ansiedade foi classificada como leve na maioria dos participantes e, além disso, foi encontrado um maior percentual de ansiedade moderada/alta entre os profissionais que não trabalham diretamente com a saúde, diferente do que se espera. Ademais, uma grande parte dos participantes relatou aumento do consumo de ultraprocessados e bebidas alcoólica em momentos de ansiedade, apesar da maioria (65,3%) ter relatado melhora dos sintomas de ansiedade quando se alimentam de forma saudável e correta. Ainda assim, 51,4% dos entrevistados afirmaram também, sentir uma melhora dos sintomas após consumir alimentos ultraprocessados, com grandes quantidades de açúcar e/ou gorduras. Por fim, também se observou que os profissionais que apresentavam maior nível de satisfação com a profissão, também apresentavam menor nível de ansiedade, sendo essa associação significativa. Considerações finais: Portanto, através dos relatos dos entrevistados, conclui-se que a ansiedade apresenta impacto no consumo alimentar e estado nutricional, apesar da falta de associação estatística. O excesso de peso corporal e as alterações de peso relatadas podem estar relacionados à ansiedade, assim como o aumento do consumo de bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados.