A utilização de atividades e objetos lúdicos com a criança hospitalizada

Resumo

A infância é uma fase de fundamental importância no desenvolvimento humano, logo, as rupturas bruscas de seu cotidiano advindas de uma hospitalização, são fatores predisponentes de estresse, os quais podem deixar marcas profundas na criança. Ao determinar a possibilidade de redução da carga traumática dessas experiências, cria-se a oportunidade de manutenção de um desenvolvimento pleno. O brincar, como ferramenta terapêutica, favorece essa redução no âmbito hospitalar. Este trabalho visa investigar a maneira como a utilização de atividades e objetos lúdicos com a criança hospitalizada beneficia sua estadia nesse lugar. Ao ser retirada de seu ambiente familiar, a criança se vê obrigada a lidar com uma série de questões inéditas que podem ficar aquém de sua compreensão completa. O brinquedo é uma ferramenta que lhe permite seguir através desta experiência de sofrimento e dor com o máximo de integridade de seu estado mental e emocional. A revisão de literatura mostra que este campo ainda é pouco explorado pela Psicologia. Diversos artigos apontam os benefícios que o brincar produz na relação com a equipe de enfermagem. Este panorama aponta para a necessidade de investigações que demonstrem as potencialidades do brinquedo como intervenção psicoterápica em ambientes hospitalares. Revisando criticamente a literatura observa-se que o lúdico funciona como uma quebra nas situações de estranheza, dor e tensão inerentes à hospitalização, trazendo elementos conhecidos e alívio das mesmas; permite que a criança se sinta mais confortável e aumenta a segurança de que ela não está perdendo algo precioso, a si mesma. Também auxilia na compreensão da criança sobre o que ocorre com ela e facilita a interação com todos envolvidos em seu tratamento (paciente-equipe-família). E, ao brincar, a criança dialoga com os outros e consigo mesma, num canal de comunicação mais sutil, porém, mais expressivo que as próprias palavras.