Resumo
Introdução: A anemia é uma condição na qual a diminuição de hemácias reduz a oxigenação dos tecidos. A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) ocorre quando o sistema imunológico destrói as hemácias, podendo ser primária (sem causa específica identificável) ou secundária a várias condições, como infecções ou neoplasias. Os sintomas são variados, incluindo dispneia e fraqueza, e os exames mostram redução nas células sanguíneas e, às vezes, hemólise. O tratamento visa restaurar a oxigenação e controlar a hemólise, com uso de imunossupressores quando necessário. Objetivo: Revisar sobre a AHIM em cães. Métodos: O estudo foi feito através de revisão de literatura e pesquisa em bancos de dados online como Pubmed, Scielo e Google Acadêmico, além de consulta a livros, publicações impressas, artigos e dissertação. Foram considerados artigos de medicina veterinária em português e inglês publicados entre 2014 e 2022. Revisão de literatura: A AHIM em cães é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das hemácias devido à presença de imunoglobulinas na membrana dessas células. A forma secundária, é desencadeada por diversas condições, como doenças infecciosas, neoplasias, verminoses, transfusões sanguíneas, medicamentos e vacinas. Na AHIM, ocorre uma reação imunológica do tipo II, resultando na remoção patológica e precoce das hemácias por fagocitose ou ativação do sistema complemento, causando hemólise intravascular ou extravascular. Os sintomas variam de acordo com a intensidade da anemia, incluindo mucosas pálidas, icterícia, anorexia, taquipneia, taquicardia, esplenomegalia, hepatomegalia e trombocitopenia, podendo apresentar-se de forma aguda ou crônica. Os exames laboratoriais mostram anemia regenerativa, leucocitose neutrofílica, trombocitopenia, hiperbilirrubinemia, aumento de enzimas hepáticas e esferocitose. Testes específicos como Coombs direto, citometria de fluxo e teste de fragilidade osmótica auxiliam no diagnóstico. O tratamento visa suprimir a destruição das hemácias e reduzir a síntese de imunoglobulinas, utilizando glucocorticoides, azatioprina, ciclosporina e imunoglobulina intravenosa. A resposta ao tratamento pode levar semanas a meses, com prognóstico variável dependendo da gravidade, resposta ao tratamento e presença de complicações como tromboembolismo. Algumas medidas de suporte incluem transfusões sanguíneas, fluidoterapia e anticoagulantes. O prognóstico é variável e pode ser reservado, sendo influenciado por fatores como resposta ao tratamento, presença de esferócitos e causas secundárias tratáveis. Considerações finais: A AHIM em cães é complexa, exigindo diagnóstico precoce e intervenção terapêutica imediata. A ausência de um teste definitivo requer avaliação clínica, testes laboratoriais e resposta ao tratamento para confirmar a suspeita. Reconhecida como emergência médica devido à alta mortalidade e recidiva, demanda investigação para identificar a causa primária e iniciar o tratamento adequado. Com intervenção rápida, a recuperação completa é possível, embora alguns casos exijam terapia contínua.