Resumo
Introdução: A mastite é a doença infecciosa mais frequente entre os rebanhos bovinos leiteiros, responsável por grande impacto econômico para o produtor e para a indústria de lácteos. Conhecer o padrão de infecção da mastite subclínica e clínica de um rebanho é importante, pois a partir desta informação é possível adotar procedimentos de controle e prevenção com maior eficiência. O padrão de infecção dos casos clínicos pode-se obter por meio da cultura na fazenda em amostras de leite do quarto mamário afetado e o padrão de infecção dos casos subclínicos por meio do isolamento em laboratório de amostras composta por leite dos quatro quartos mamários de todas as vacas em lactação. Objetivo: Avaliar o padrão de infecção dos casos de mastite clínica e subclínica em um rebanho bovino da raça holandesa mantida em sistema de compost barn no período de junho de 2022 a maio de 2023. Métodos: Os patógenos causadores dos casos clínicos de mastite foram identificados por meio da cultura na fazenda e dos casos subclínicos por meio da cultura em laboratório. A contagem de células somáticas (CCS) de amostras de leite do rebanho e das vacas em lactação foi realizada por meio de equipamentos automatizados de citometria de fluxo. Os resultados de CCS foram usados para avaliação da dinâmica da mastite subclínica no período de junho de 2022 a maio de 2023. Resultados: No período de junho de 2022 a maio de 2023 foram observados 33 casos de mastite clínica em 25 animais, com taxa de reincidência de casos na mesma vaca de 1,32, abaixo do limite considerado alto (>1,40). A incidência de casos clínicos foi de 36,7 casos/100 vacas.ano, índice superior ao desejado de 25 casos/100 vacas.ano. Não houve maior casuística dos casos clínicos de mastite de acordo com os quartos mamários. Os principais patógenos envolvidos nas infecções clínicas foram Streptococcus uberis e Escherichia coli, mostrando um padrão de infecção ambiental para os casos de mastite clínica. A média anual da contagem de células somáticas (CCS) foi inferior a 150.000 células/mL, prevalência média de mastite subclínica 18,0%, taxa média de eliminação das infecções subclínicas de 9,2% e taxa de infecções crônicas de 7,5%. Os resultados dos exames microbiológicos para identificação dos patógenos causadores da mastite subclínica mostraram que os dois patógenos mais prevalentes foram Streptococcus uberis e Staphylococcus spp. coagulase negativo, mostrando um padrão ambiental e contagioso. Conclusão: Com base nos resultados e nos indicadores de mastite subclínica e mastite clínica no rebanho mantido em compost barn no período estudado mostraram que o manejo no momento da ordenha, manejo da cama de compostagem e controle dos principais patógenos contagiosos foram adequados e promoveu o controle e prevenção dos patógenos contagiosos e ambientais. Ressalta-se a importância da manutenção dos procedimentos de higiene no momento da ordenha bem como a linha de ordenha, avaliação do ambiente em que as vacas se encontram no intervalo entre ordenhas e no período seco para que o rebanho possa identificar oportunidade de melhoria da situação sanitária ligada a glândula mamária.