Resumo
Os distúrbios respiratórios do sono compreendem um espectro que varia do simples ronco noturno até a completa cessação do fluxo aéreo. A SAHOS é uma doença crônica, progressiva, incapacitante e com alta mortalidade, podendo ser classificada como uma dissonia dentre os distúrbios do sono e considerada a mais séria manifestação dos distúrbios respiratórios sono dependentes. Caracteriza-se por episódios recorrentes de cessação completa/parcial do fluxo aéreo decorrente do colapso inspiratório das vias aéreas. O estudo teve por objetivo verificar a probabilidade de ocorrência SAHOS através da aplicação do Questionário de Berlim, em indivíduos hipertensos e traçar o perfil dos indivíduos com baixa e alta probabilidade. A amostra foi composta por 30 indivíduos com idade entre 50 e 80 anos, em tratamento anti-hipertensivo e frequentadores os setores de uma clínica fisioterapêutica. Os mesmos foram submetidos à aplicação do Questionário de Berlim e divididos em grupos de alto e baixo risco para a síndrome; realizou-se ainda avaliação antropométrica e entrevista para hábitos de tabagismo e etilismo e presença de diabetes. Foi conduzida análise estatística descritiva dos dados para os seguintes componentes: IMC, relação cintura/quadril, pressão arterial diastólica e sistólica. Pacientes sugestivo de SAHOS foram comparados aos de baixa probabilidade através do teste T uni-caudal e bi-caudal, e teste qui-quadrado. Para análise estatística foi utilizado o software Excel 2007. A média de idade da amostra foi de 67,93 ± 6,14 anos; 33,33% foram classificados em baixo risco e 66,67% em alto risco; o IMC para baixo risco teve média de 30,97±5,38, no alto risco 32,15 ± 5,98; a média de pressão diastólica foi 125 ± 5,27 para baixo risco, e 132 ± 23,08 no alto risco; a média da pressão arterial diastólica para baixo risco foi de 77 ± 6,75 e 81 ± 14,10 no alto risco; a média da relação cintura/quadril para baixo risco foi de 0,91±0,050 já no grupo de alto risco a média calculada foi de 0,93 ± 0,055. No grupo de baixo risco 30% haviam sido tabagista enquanto que no alto risco 10% fumavam. Nenhum indivíduo baixo risco assumiu o consumo excessivo de álcool, no grupo alto risco, 5% é etilista e outros 5% já consumiu. A diabetes esteve presente em 10% da amostra de baixo risco e em 20% dos indivíduos de alto risco. Em todas as variáveis analisadas não foram encontrados diferenças significativas entre os grupos, o que sugere que estas variáveis não foram preditores para risco de SAHOS, nesta população.
