Resumo
A adolescência constitui-se em um processo psíquico e biológico marcado por um rápido crescimento e desenvolvimento do corpo, da mente e das relações sociais. O crescimento físico é acompanhado de perto pela maturidade sexual. Fisicamente, o adolescente está sob intensas transformações, estimuladas pela ação hormonal, as quais propiciam uma série de eventos psicológicos que culminam na aquisição de sua identidade sexual, podendo ocorrer neste período, a primeira relação sexual. Entre as vulnerabilidades da adolescência moderna, podemos citar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). O presente artigo tem como objetivo identificar o conhecimento e o uso dos métodos contraceptivos entre os adolescentes. A pesquisa foi realizada com 502 adolescentes matriculados na Escola Estadual Amilcar Savassi, em Barbacena/MG, no ano de 2015. A composição amostral foi do tipo não probabilística por conveniência, os sujeitos desta pesquisa foram todos os adolescentes, com idade de 12 a 20 anos, de ambos os sexos, os quais estudam em todos os turnos. Foram excluídos todos os alunos em que os pais e/ou eles próprios não assinaram oTermo de Consentimento Livre eEsclarecido (TCLE) e os com idade inferior a 12 anos ou superior a 20 anos. O estudo foi submetido à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, através do cadastro na Plataforma Brasil, e somente após parecer favorável do CEP 861748 foi iniciada a coleta de dados no mês de abril de 2015. Na pesquisa realizada com 502 (100%) adolescentes, 195 (39,84%) já iniciaram a relação sexual e 303 (63,36%) ainda não tem a vida sexual ativa. Desses, a idade que mais predominou varia de 13 a 16 anos, correspondendo a 163 (83,6%). Os adolescentes que conhecem algum método contraceptivo correspondem a 441 (87,85%) e os contraceptivos mais falados foram a camisinha masculina 461 (91,83%), seguida da pílula anticoncepcional 422 (84,06%) e a camisinha feminina 378 (75,29%). Porém, 332 (66,13%) adolescentes relatam não fazerem uso desses métodos, mesmo já iniciado a vida sexual. Já os que utilizam os métodos contraceptivos 170 (33,87%) faz uso da camisinha masculina, 126 (74,11%) da pílula anticoncepcional e 52 (30,58%) usa a pílula do dia seguinte. Na pesquisa também foi identificado que a maioria dos entrevistados, 130 (76,48%) não procuram nenhum profissional de saúde para obter orientação sobre os métodos contraceptivos, porém os mesmos conversam sobre esse tema com a mãe 97 (39,75%), com os amigos 68 (27,86%) e seguido dos pais 67 (27,45%). Concluímos que a escola pode realizar um trabalho em parceria com as unidades de saúde, contando com a ajuda de profissionais, como o enfermeiro, a fim de participar na elaboração e execução do trabalho de orientação, bem como abrir espaços para dúvidas e esclarecimentos voltados diretamente aos alunos e ainda às famílias.