Resumo
Introdução: Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira nos últimos anos, o número de indivíduos acima dos 60 anos aumentou substancialmente, elevando também, como consequência, o número de procura aos serviços de saúde e internações por essa classe devido as doenças crônicas-degenerativas. Frente a esse novo contexto, essa alta demanda disparou os gastos em saúde, principalmente devido a necessidade de atenção médica com o idoso e o tempo que esse precisa para solucionar o seu caso. No entanto, é necessário entender o direcionamento desses gastos na propedêutica e terapêutica geriátrica para otimizar os custos solicitados. Objetivo: Verificar os custos das internações dos idosos juiz-foranos comparando com os gastos da saúde pública brasileira. Métodos: Estudo observacional, retrospectivo com dados de 16.368 prontuários eletrônicos dos pacientes com idade acima de 60 anos, internados em um hospital de grande porte na cidade de Juiz de Fora. Os dados foram coletados com o auxílio de um protocolo de pesquisa elaborado especificamente para esse estudo. Resultados: Observou-se predominância do sexo feminino nas internações (57,64%), da faixa etária de 60-70 anos (33,66%) e da cor branca (84,24%). Quanto a especialidade e doenças mais frequentes, constatou-se preponderância da cardiovascular (18,75%) e catarata senil (8,99%). Quanto ao tempo das internações, notou-se que homens permaneceram mais tempo hospitalizados nos dois anos analisados [M=7,8 dias (±12,1) e M=7,7 dias (±13,9)]. No tocante aos custos, verificou-se um valor médio diário de R$ 1.922,90 (±2.472,4) em 2017 e R$ 1.982,90 (±2.953) em 2018. Conclusão: Os achados do estudo mostraram maior frequência de internações de mulheres, possivelmente ligadas ao melhor autocuidado e procura por serviços médicos. Observou-se também o custo mais alto das internações masculinas justificada por diagnósticos mais tardios por atraso na procura de atendimento.
