Resumo
As relações internacionais experimentam um aprofundamento do conflito entre os Estados ocidentais, orientais e islâmicos. A complexa e histórica relação norte-sul perdeu importância ante o recrudescimento das relações civilizacionais.
O direito internacional dos direitos humanos baseia-se na defesa da liberdade e igualdade para todos, visão que valoriza o indivíduo e direitos pessoais. Mas grande parte dos países africanos e asiáticos professam crenças onde o indivíduo é parte de uma coletividade maior.
A ocupação da Terra desenvolveu-se a partir das ordens normativas costumeiras, evoluiu para ordens normativas religiosas, amalgamando-se ambas, em sistemas de governo e poder real. Mas, a diferenciação no modo de vida e costumes dos nômades em contrário à vida fixada à terra (propriedade privada) dos europeus pode ter sido decisiva para interpretação distinta entre eles do que fosse costume ou religião, Estado e Governo.
Os europeus do século XII ao século XV estavam descobrindo a terra de seus antepassados. Num lapso temporal de 150 mil anos os humanos que tinham saído do continente africano no início da caminhada humana de ocupação dos espaços territoriais do planeta, retornavam a origem como conquistadores.
Em fins do século XVII a Europa era o continente das luzes e a África pouco evoluíra desde os primeiros habitantes. Os europeus tinham imprensa, navegação, comunicações, correios e os africanos andavam quase nus e guerreavam com lanças de madeira, como os primeiros hominídeos da Terra.
Na Europa, a Revolução Industrial dava passos largos, enquanto na Ásia reinavam os califas e reis de vastidões inimagináveis e populações de nômades que viviam da natureza.
Mundos distintos que no século XX começaram a se perceber enquanto civilizações, que têm cultura e normas jurídicas distintas. O Ocidente deve reconhecer-se como tal, olhar atentamente, escutar e aproximar-se dos demais povos da terra, todos dotados de peculiaridades, respeitando suas diferenças que devem ser reconhecidas.