Resumo
O presente trabalho tem como objetivo analisar se a cultura do sucesso influencia o processo de constituição da identidade de alunos de 13 e 14 anos estudantes da rede particular de ensino na cidade de Diamantina. A pesquisa foi realizada em uma escola particular, com seis adolescentes, alunos de 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental. A metodologia utilizada foi o estudo de caso, e tendo como instrumentos de coleta de dados a entrevista semi estruturada, observação livre e desenho.A fim de discutir o tema com autores, realizamos uma revisão bibliográfica sobre o assunto, estruturando o referencial teórico em três capítulos. No primeiro, caracterizamos a sociedade pós moderna como cenário da cultura do sucesso. A pós modernidade é vista como um tempo que cria verdades e padrões que se revelam intolerantes e consumistas. É o tempo que não espaço para as faltas e frustrações, e como apontou Debord (1972), o ter já foi substituído pela aparência, não preciso ter , só representar no espetáculo social. A escola, como instituição socializadora, não está isenta dessas influências. Analisamos a cultura escolar como espaço de trocas e interação de vários preceitos culturais. Neste espaço, a ação dos educadores tem grande valor e efeito na construção de uma cultura da escola e mais, na formação de adolescente, seus alunos.Assim, caracterizada a sociedade e a escola, o espaço está livre para pensarmos a construção da identidade do adolescente, diante do contexto descrito: sucesso, aparência, consumo, mídia, moda, velocidade e espetáculo. Percorrido o referencial teórico partimos para descrição do lócus da pesquisa, o colégio onde estudam os sujeitos escolhidos. A escola é ligada à Rede Pitágoras de Ensino e funciona como educandario há mais de 70 anos. A partir dos dados levantados, realizamos a análise das categorias: eu adolescente; o espaço escolar; a sociedade e o grupo; a pessoa de sucesso e falando a linguagem do desenho. Neste momento, buscamos, na fala dos adolescentes, construtos para analisar e verificar o que propomos. O adolescente tem dificuldades de falar de si, de traçar seu perfil. A escola se apresenta como espaço de encontros e trocas, porém não está livre dos imperativos de sucesso. Nos desenhos, verificamos a expressão simbólica fiel de suas comunicações orais.Terminando a escrita percebemos que há muito a ser pesquisado e ainda mais a ser efetivado na busca de referenciais, de transformações e até de transgressões dos padrões importantes para a juventude de hoje. Ficamos pensando que a escola, como formadora de opinião poderia contribuir para resignificação dos padrões sociais, valorizados pelos jovens, uma vez que ela visualiza sofrimento em seus alunos na tentativa de responder a esses padrões.