A relação entre infertilidade e adoção remete aos primórdios dessa prática no país e é de grande complexidade, já que de acordo com vários estudos, casais inférteis que recorrem à adoção têm, em seu imaginário, idealizações sobre o filho que estão em busca e o lugar ocupado pela criança no desejo dos pais é muito significativo para a relação parental a ser estabelecida. O objetivo principal foi compreender, a partir da pesquisa bibliográfica orientada pela Psicanálise, os sentimentos e expectativas de casais heterossexuais inférteis que recorrem à adoção como meio para ter um filho e seus possíveis atravessamentos para as partes envolvidas, sobretudo para o adotando. Foi feita uma discussão acerca da legislação que norteia a adoção no Brasil, sendo possível perceber ainda na atualidade clara preferência pela filiação biológica, embora vários avanços no sentido de resguardar o interesse da criança/adolescente. São apontados diversos riscos de uma adoção mal planejada e mal refletida, bem como a importância da preparação dos casais postulantes à adoção de modo a elaborar o luto pela infertilidade e assim, poderem se abrir conscientemente a essa possibilidade. A pesquisa desmistifica a concepção que relaciona adoção/infertilidade bem como a visão adoção/fracasso, encarando-a como uma grande possibilidade para pais e filhos, indicando que o mais importante para seu sucesso é que o casal esteja preparado, os sentimentos de frustração e culpa com intensidade reduzida, consciente das peculiaridades dessa prática e destituídos de preconceitos e tabus em torno do tema.
Curso
Psicologia
Cidade
Barbacena
Data
30 de dezembro de 2014
Título
Infertilidade e adoção: o lugar da criança no desejo dos pais e os possíveis atravessamentos para as partes
Autor
FREITAS, Ieda Maria Campos de
Tipos de documento
Monografia (graduação)
Banca examinadora
Ângela Bucciano do Rosário; Carla Cristina Soares de Oliveira do Vale; Helder Rodrigues Pereira