Resumo
Introdução: A meningoencefalite de origem desconhecida é um grupo de doenças inflamatórias, idiopáticas e não infecciosas do sistema nervoso central, as quais incluem a meningoencefalite granulomatosa, a leucoencefalite necrosante e meningoencefalite necrosante. Tem maior acometimento em raças “toy”, com média de idade de 3 a 7 anos e seus sinais clínicos correspondem ao local afetado pelas lesões. Objetivo: Revisar sobre meningoencefalite de origem desconhecida. Métodos: Esta pesquisa foi um estudo de revisão bibliográfica e análise crítica de trabalhos pesquisados eletronicamente por meio do banco de dados Pubmed, Google acadêmico, livros e dissertações. Foram selecionados trabalhos da literatura médica inglesa e portuguesa, publicados no período de 1998 a 2021. Revisão de literatura: Anteriormente conhecida como “encefalite necrosante do Pug” e “encefalite dos Yorkshire Terrier”, atualmente são denominadas meningoencefalites de origem desconhecidas, por não possuírem sua etiopatogenia completamente elucidada e já se tem conhecimento do acometimento em outras raças. É um grupo de doenças inflamatórias, não infecciosas do sistema nervoso central, que acredita estar relacionado com processo autoimune e genético. Seu diagnóstico é feito com base na exclusão de doenças infecciosas, análise do LCR e avaliação de resultados da ressonância magnética e da tomografia computadorizada, apesar disso, seu diagnóstico definitivo é apenas com histopatologia, seja por biópsia antemortem ou necropsia. Com a confirmação do diagnóstico, a terapia se baseia no uso de imunossupressores, juntamente com a associação de imunomoduladores. Considerações finais: O conhecimento sobre meningoencefalites de origem desconhecida é de extrema relevância para os médicos veterinários de pequenos animais, uma vez que o diagnóstico precoce e o tratamento assertivo têm relação direta com a expectativa de vida dos animais acometidos. Entretanto, o alto custo dos exames de imagem avançados na medicina veterinária, especialmente a ressonância magnética, é um importante limitador na investigação do diagnóstico definitivo de doenças neurológicas, incluindo as inflamatórias. Sendo assim, muitas vezes as meningoencefalites são diagnosticadas tardiamente, implicando em péssimo resultado ao tratamento e prognóstico desfavorável.