Resumo
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva do tipo estudo de caso, realizada com primigestas (mulheres que estão gestando pela primeira vez) e nutrizes (mulheres que amamentam). Elas fazem parte do Grupo de Gestantes da comunidade do Alto Paraopeba-MG. Ao inserir a equipe do Programa de Saúde da Família em uma cidade de 5.047 habitantes na região do Alto Paraopeba-MG, em março de 2000, nota-se que as crianças na faixa etária de 0 a 4 meses de idade apresentavam índices de aleitamento materno exclusivo de 23,08%, evidenciando, portanto, uma baixa taxa de prática da amamentação. Os profissionais da Equipe de Saúde da Família, composta pelo médico, pelo enfermeiro, pelo auxiliar de enfermagem e por sete agentes comunitários de saúde (ACS), começam a conhecer a realidade sociocultural e econômica dos indivíduos que vivem nesta comunidade. O objetivo principal da pesquisa foi relacionar e conscientizar as primigestas e nutrizes, que participaram do Grupo de Gestantes, sobre a importância das práticas educacionais e da promoção da saúde, visando a modificar o baixo índice de aleitamento materno na referida comunidade. Os objetivos específicos foram: avaliar as mudanças ocorridas na prática do aleitamento materno nos processos histórico, social, econômico e cultural, realizando uma revisão da literatura pertinente, e identificar as modificações no índice de aleitamento materno exclusivo na referida comunidade. Através da pesquisa foi possível conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social da comunidade, como também aspectos do comportamento humano de um determinado grupo.A estratégia utilizada para a aderência das gestantes ao grupo foi convidar pessoas próximas a essa mulher; por exemplo: irmãs, tias, mães e companheiros dessa mulher, a fazer parte do grupo, que se reunia uma vez por mês, e a discutir suas dúvidas, trazendo também conhecimentos adquiridos sobre diversos assuntos abordados (mudanças corporais, importância do pré-natal e aleitamento materno, entre outros). Os conhecimentos que foram adquiridos na comunidade, pelo senso comum, eram discutidos e acrescidos das informações científicas. Importante ressaltar que a aderência de pessoas intimamente ligadas a essa gestante exercia influência sobre as mesmas e, ao esclarecer crenças e conceitos arraigados, o indicador de saúde – aleitamento materno exclusivo – manteve-se acima da média nacional. Anteriormente ao início do Grupo de Gestantes, encontramos, em janeiro de 2000, a taxa mensal de aleitamento materno exclusivo de 23,08% e, ao final do ano de 2004, a taxa mensal foi de 72,66%. O envolvimento das gestantes e pessoas próximas à mesma, além do profissional que conduzia o grupo, mediando as discussões e não interferindo nas opiniões, foram importantes para estabelecer novos critérios e conceitos.