Resumo
Nas últimas décadas o câncer se tornou um problema de saúde pública mundial, com estimativas alarmantes para as décadas subsequentes. Embora o tratamento atual do câncer tenha aumentado consideravelmente as taxas de sobrevida para os pacientes jovens, quase que invariavelmente estará associado ao enorme risco de infertilidade, levando a um impacto negativo importante na vida destes jovens. Objetivo: Abordar os conceitos em preservação da fertilidade em homens e mulheres jovens tratados de câncer e relacionar os processos causadores de infertilidade durante este tratamento. Além de citar os aspectos bioéticos envolvidos durante esse processo e o futuro deste tema tão relevante para população. Métodos: Para tanto foram utilizados livros e artigos relacionados ao tema e pesquisas em bases de dados científicos como SciELO, BVS/BIREME, PubMed, Web of Science, sites
governamentais e PAHO/WHO (Pan American Health Organization/World Health Organization). Foram selecionados artigos escritos em inglês, português ou espanhol, publicados entre 1990 e 2018. Os descritores utilizados foram: “infertilidade”, “câncer”, “oncofertilidade”, “criopreservação”, “banco de tecido ovariano”, “ooforopexia”, “reprodução assistida” e “Fertilização in vitro”. Resultados: A Oncofertilidade é um campo de estudo que busca interpor conhecimento de diversas áreas para aperfeiçoar estratégias de prevenção da
função reprodutiva em sobreviventes de câncer. Os tratamentos oncológicos que mais interferem ou podem prejudicar a capacidade reprodutiva de homens e mulheres são quimioterapia, radioterapia, cirurgia e desequilíbrio hormonal. As principais técnicas utilizadas para preservação da fertilidade, em pacientes que se submeterão ao tratamento oncológico são a criopreservação de gametas masculino e feminino, ou ainda, a criopreservação de embriões, ooforopexia e posteriormente ao tratamento oncológico a fertilização in vitro. Considerações finais: Não há dúvidas sobre a importância dos ganhos psicoemocionais ao se falar em preservação da fertilidade, sendo assim, um assunto de extrema relevância para a comunidade médica e acadêmica. Tratamentos como quimioterapia, radioterapia e cirurgia tem se tornado causas de infertilidade por vezes irreversíveis para o paciente oncológico. Por esse ângulo métodos de preservação da fertilidade com maior probabilidade de sucesso são a criopreservação de semên, de oócito e de embriões. Espera-se ainda que os princípios da autonomia, da beneficência e da não maleficência sirvam de bússolas para as estratégias escolhidas.