Resumo
Propõe-se um breve histórico sobre a histeria e uma investigação de como esta se apresenta na contemporaneidade, através de pesquisas qualitativa e teórica com levantamento bibliográfico. A histeria já foi considerada uma doença uterina, possessão demoníaca, encenação, dentre outras definições que já lhe foram atribuídas. Esta estrutura, carrega uma ligação direta com o discurso apresentado em cada época, na contemporaneidade se apresenta de forma não diferente, diretamente relacionada ao discurso contemporâneo de prazer a todo custo, com o Outro, no caso a sociedade, a mídia, ou qualquer um que a histeria defina como seu Senhor, ditando seus desejos e apresentando-lhe várias formas de gozar, vendendo o ideal de completude e perfeição que a histeria tanto busca, propiciando assim uma nova roupagem a histeria, que experimenta novos sintomas a partir de uma overdose de gozo. Se antes se abria mão do gozo em busca de uma ordem social, hoje a ordem é gozar a qualquer custo, e a histeria não deixa de obedecer as novas ordens, seguindo-as a um limite perigoso. Dentro deste novo contexto a psicanálise enfrenta desafios na contemporaneidade, indo de encontro a estes ideais, buscando devolver ao indivíduo seu lugar de sujeito crítico e desejante, demarcando-o como um ser castrado, capaz de desejar e conviver com sua falta.