Resumo
O objetivo do estudo foi verificar qual variável fisiológica (percentagem de consumo de oxigênio reserva -VO2Res% ou percentual da frequência cardíaca reserva -FCRes%) ou psicológica(percepção subjetiva de esforço -PSE) é a melhor preditora da resposta afetiva (mensurada pela Escala de Sensações -ES) durante sessões de exercício contínuo (TC) e intervalado(HIT). Catorze homens foram submetidos a três sessões de exercício na esteira. Na primeira sessão, foi realizado um teste de esforço progressivo para determinar a FC máxima, o VO2picoe o ponto de compensação respiratória (PCR). Em seguida, os participantes realizaram o TC e HIT em ordem contrabalanceada. A sessão HIT consistiu de estímulos de 2 minutos com intensidade de 100% do VO2pico intercalados com períodos de recuperação passiva. As intensidades médias de ambas as sessões de exercício foram equalizadas em 85% do RCP. Análises de regressão linear das duas sessões de exercícios apresentaram valores de predição mais elevados de PSE (TC -R2= 0,58, p <0,01; HIT -R2= 0,67, p <0,01) em comparação com VO2Res% (TC -R2<0,01, p = 0,69; HIT -R2<0,1, p = 0,88) e FCRes% (TC -R2= 0,06, p = 0,05; HIT -R2= 0,01, p = 0,46). Além disso, os resultados da análise de regressão linear entre a resposta da ESeas variáveis fisiológicas não foram significativas, indicando que a inclinação da reta da análise de regressão não era diferente de zero. Estes resultados podem ser explicados pelo processamento mental consciente exigido para a manifestação tanto da PSE quanto da resposta afetiva. Concluiu-se que, a resposta afetiva parece ser modulada não só pela intensidade de exercício, mas principalmente pelo modo como o indivíduo percebe a intensidade.