RESUMO: As residências terapêuticas destinam-se a prover moradia e facilitar o processo de reinserção social de pessoas com transtorno mental. No entanto, ainda que a implantação dessas casas seja uma realidade do processo de Reforma Psiquiátrica brasileira, observam-se obstáculos em relação à eficácia da ressocialização de seus moradores. Objetivo: Analisar o processo de reinserção de pessoas com patologias mentais, identificando seus limites. Método: Os métodos empregados foram a observação participante da rotina de três residências terapêuticas da cidade de Barbacena, Minas Gerais e entrevista com roteiro semi estruturado com seus respectivos residentes, profissionais responsáveis e vizinhos do local. A análise dos dados é qualitativa, executada por meio da Hermenêutica-Dialética. Resultados: A reinserção é limitada à passeios e missas conforme demanda individual, com apenas um caso de integração em ensino superior. Identifica-se que o preconceito sobre os residentes é uma barreira importante para sua inserção social, demonstrando uma associação entre doença mental e periculosidade e entre ‘status’ de residente e comportamento agressivo. A representação de saúde mental que retira o ‘sujeito transgressor da normalidade’ do âmbito comunitário é presente, verificada pelas falas de desconhecimento ou aversão à proposta antimanicomial. O despreparo profissional está presente nestas residências, ainda que em menor intensidade se comparado ao fator preconceito comunitário, mediante relato de desconhecimento técnico para criar e fortalecer meios de participação social entre os residentes. Considerações finais: A sociedade segrega o residente da convivência social, pressupondo que ele não está apto a construir interações produtivas com outros membros da comunidade.
Curso
Enfermagem
Cidade
Barbacena
Data
30 de julho de 2022
Título
Reinserção social dos moradores de residências terapêuticas
Autor
SOARES, Érica de Fátima; GOMES, Michaela Kátia Santos