Resumo
Verificou-se que o cancelamento da liberdade, no ordenamento constitucional brasileiro, tem
caráter necessariamente transitório, cabe ao Estado aproveitar a oportunidade da prisão,
durante o tempo de sua duração, quando ainda se encontra o apenado sob os rigores dos
regimes fechado e semiaberto, para intervir, de forma efetiva, na realidade do autor do delito,
não podendo esquecer que tão importante quanto à falada ressocialização do apenado, é o
estágio que deve, por lógica, antecedê-la, de modo a propiciar a apresentação do indivíduo à
estrutura de valores que são caros à sociedade, que na verdade, quem os mantém em um
pouco de dignidade somos nós, trabalhadores do dia-a-dia que pagamos nossos impostos e
temos que também “viver atrás das grades” para nos proteger destes indivíduos que o Estado
os reintegrou à sociedade sem lhes dar uma chance de ter aprendido uma profissão no tempo
em que ficaram na prisão. Trata-se de uma pesquisa que visa à reflexão sobre a importância
do trabalho realizado pelo apenado. Com toda a análise realizada, será possível enxergar, sem
sombra de dúvidas, como é necessário utilizar a mão de obra obsoleta do apenado a favor do
Estado e de toda sociedade, ou seja, indiretamente a esta e diretamente àquele. Vale lembrar
que dentre as diversas vertentes do saldo positivo do trabalho, podemos destacar a diminuição
do custo dos condenados para o Estado, bem como trabalhar o psicológico do apenado a fim
de que haja a possibilidade de reinserção pacífica na sociedade.