Resumo
Esta dissertação teve como objetivo comparar juízos de sujeitos encarcerados sobre seus processos de socialização anteriores ao cárcere e no próprio cárcere em modelos distintos, modelo penal convencional e modelo penal alternativo, propiciado pela Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), ambos localizados em cidades do Estado de Minas Gerais. A pesquisa buscou uma compreensão sociológica, com base em Berger e Luckman (2002), no que diz respeito a socialização e em Wacquant (2001, 2004), expoente nos estudos sociológicos com encarcerados, tanto na Europa quanto na América do Norte, autor que reconhece que a realidade carcerária é problemática em termos mundiais. Em nosso caso, a pesquisa empírica, analisada com este aporte teórico, teve como fonte entrevistas semi-estruturadas a sujeitos encarcerados sobre sua socialização, primária e secundária. Foram entrevistados encarcerados de ambos os modelos - convencional e alternativo - nos detendo mais sobre a socialização secundária, seja antes ou no próprio encarceramento. Concluímos, pelo relato dos sujeitos entrevistados, que há semelhanças em termos de socialização primária e secundária, antes do cárcere. Concluímos também que para os sujeitos entrevistados do modelo convencional de encarceramento, o futuro pós-carcere lhes parece menos promissor, enquanto que para os sujeitos entrevistados do modelo alternativo de encarceramento apresentam uma perspectiva de futuro muito positiva, em vista de qualificação profissional que adquirem no cárcere e de uma preparação, inclusive material, para a vida após a vida no cárcere. Palavras-chave: Encarceramento. Socialização. Inclusão social.