Resumo
A intubação traqueal é procedimento que permite a adaptação do suporte ventilatório em pacientes com insuficiência respiratória, constituindo um tratamento padrão de suporte de vida, contudo, a manobra pode resultar em danos às estruturas locais, devido a pressão exercida pelo tubo endotraqueal sobre a parte posterior da laringe, ferindo a superfície medial da cartilagem aritenoide e as pregas vocais. Diversos fatores de risco estão correlacionados ao insucesso da extubação como idade superior a 70 anos, gravidade da doença, uso de sedação contínua, suporte ventilatório mecânico prolongado e a presença de laringoespasmo. O cuff-leak test é um método simples para a identificação de complicações respiratórias pós-extubação, que inclui três modalidades, uma qualitativa e duas quantitativas. Contudo, na prática clínica deve-se utilizar a combinação entre as três modalidades. O estudo visa revisar na literatura a utilização do teste de permeabilidade cuff-leak test no prognóstico de extubação planejada. Para isso, foi realizada análise bibliográfica arquivos indexados nas seguintes bases de dados eletrônicos: Scielo, Bireme e PubMed, publicados a partir do ano 1996 até 2011. A busca foi conduzida através da utilização dos descritores das palavras-chaves e termos equivalentes em língua inglesa. Foram utilizados neste estudo 11 artigos, em línguas portuguesa e inglesa. Pode-se observar que a principal técnica de aplicação do cuff-leak test, foi descrita por Miller e Colle, com pontos de corte variando entre 12 e 20%. Este fato dificulta a interpretação do teste, predispondo a falha do método através de resultados falsos positivos ou falsos negativos, podendo aumentar o período de intubação e índices de re-intubação. O uso do teste, tanto qualitativa quanto quantitativamente, pode ser considerado um bom índice preditivo para indicar a presença de estridor laríngeo pós-extubação decorrente de edema de laringe em pacientes críticos, sendo eficaz para a identificação precoce de pacientes com alto risco de complicações pós-extubação, facilitando uma intervenção rápida e eficaz, prevenindo o estridor laríngeo.