Esta dissertação teve como objetivo identificar práticas preventivas dos cirurgiões-dentistas das Unidades Básicas de Saúde da cidade de Itabira-MG em pacientes vulneráveis ao câncer de boca. Como objetivos específicos, procuramos conhecer em quais situações são realizadas as abordagens preventivas nas práticas cotidianas e quais aspectos eram considerados, nos permitindo relacionar o perfil dos profissionais participantes. Participaram desta pesquisa 19 cirurgiões-dentistas, sendo aplicada ficha de identificação e questionário com questões fechadas relacionadas a práticas preventivas da saúde bucal em todos os participantes. Um roteiro de entrevista semi-estruturada foi utilizado a um grupo de quatro cirurgiões-dentistas da amostra total, dois com maior tempo de graduação em Odontologia e outros dois com menor tempo de conclusão do curso, para a realização da análise de conteúdo. Os resultados obtidos mostraram-nos que os profissionais envolvidos na pesquisa exercem atitudes preventivas para o câncer de boca, porém de maneira descontínua e com ênfase em atividades individuais, com pouco destaque para as ações educativas. As atitudes muitas vezes se perdem, não apresentando continuidade, havendo pouco controle dos pacientes vulneráveis. A prática dos dentistas pesquisados é predominada por uma ação voltada para a técnica, de cunho curativista, com ênfase na cárie dentária. Os participantes de maior tempo de graduação demonstraram que as experiências de vida e profissionais constituem um diferencial na prática profissional, apesar de sua formação predominantemente tecnicista, mesmo com o passar dos anos, ser semelhante à dos entrevistados de menor tempo de graduação. Percebeu-se a filosofia adotada na formação dos odontólogos de desvinculação de uma disciplina a outra, sendo possível a aquisição de experiências mesmo não sendo estas diretamente voltadas a uma prática formativa para uma Odontologia Preventiva. Os profissionais de menor tempo de conclusão do curso fazem uma analogia entre tecnologia, biópsia e prevenção de câncer, o que os leva a concluir da condição si ne qua non de se necessitar de tecnologia para o diagnóstico do câncer de boca. O contrário acontece com aqueles de maior tempo de formados, os quais acreditam ser importante a observação, o conhecimento, antes de se lançar mão da tecnologia.
Curso
Educação e Sociedade
Cidade
Barbacena
Data
17 de setembro de 2009
Título
Considerações sobre práticas de cirurgiões-dentistas na prevenção do câncer de boca em Itabira-MG
Autor
DUARTE, Maria de Fátima Macedo
Tipos de documento
Monografia (graduação)
Banca examinadora
Sebastião Rogério Gois Moreira; Suzana Maria Pires do Rio; Regina Célia Passos Ribeiro de Campos; Rosa Maria Corrêa das Neves; Ângela de Fátima Soligo