Resumo
Introdução: o câncer é uma doença que causa morbidade e mortalidade em pequenos animais. A predisposição genética e a exposição a agentes químicos e físicos possibilitam o desenvolvimento de neoplasias. Além disso, ele gera dor, sendo esta, uma sensação desagradável que está associada a uma lesão tecidual que prejudica a saúde do animal. O alívio da dor é essencial antes, durante e após o tratamento. Para estabelecer o tratamento adequado, é necessário a identificação do tipo da dor, a localização, o estado físico do animal e as limitações. A dor pode ser tratada com diferentes medicamentos e terapias alternativas que contribuem para o controle daquela proveniente da forma oncológica e melhora na qualidade de vida do paciente. Objetivo: revisar sobre o controle da dor oncológica em pequenos animais, ressaltando os mecanismos fisiopatológicos que a desencadeiam, os sinais clínicos e os principais tratamentos para o seu controle, a fim de gerar qualidade de vida ao paciente. Métodos: o trabalho foi realizado por meio de revisão de literatura, através de bancos eletrônicos como Google Acadêmico, Portal Regional da Biblioteca Virtual da Saúde, Pub Med, pesquisas em livros didáticos e publicações impressas periódicas. Os artigos de literatura foram publicados no período de 2008 a 2019. Revisão de literatura: a neoplasia causa dor em grande parte dos animais. A nocicepção é o fator responsável pela sensação de dor e do impulso nervoso, é um sinal que ocorre a codificação e o processamento de estímulos ambientais físicos e químicos ou patológicos que sucedem na dor, através de vários eventos da periferia até as estruturas superiores do sistema nervoso central. Por isso, a classificação da dor é importante para realizar o tratamento mais apropriado e eficiente ao paciente. A dor fisiológica auxilia a proteger o local, e impede uma maior lesão tecidual. Já a dor patológica acontece quando o estímulo nocivo insiste em causar uma lesão em órgãos, tecidos e nervos. Outra classificação da dor é em relação ao tempo que pode ser crônica e aguda. A dor crônica prevalece por um longo período de tempo após a cicatrização tecidual e a dor aguda ocorre após um trauma ou inflamação. Existe ainda a dor neuropática que origina de uma lesão ou doença que afeta o sistema nervoso. O controle da dor pode ser feito com a utilização de vários fármacos como anti-inflamatórios (AINES), opioides, alfa 2-agonistas, corticoides, anticonvulsivantes, antidepressivos, além de técnicas como cirurgias, quimioterapia, imunoterapia, eletroquimioterapia, radioterapia, acupuntura, utilização de canabinoides e talidomida. Considerações Finais: a dor não tratada altera o comportamento do animal, por isso, o tratamento da dor oncológica proporciona conforto o que influencia no prognóstico e gera uma melhora na qualidade de vida do paciente. A escolha dos métodos depende de cada caso e o plano deve ser definido pelo médico veterinário.